Fiquei quase um mês sem escrever porque a coisa aqui andou pegando. Mas a Copa começou e, com ela, a lista de assuntos interessantes para o blog está crescendo. Então resolvi dar o meu pontapé inicial.
Os estrangeiros que se naturalizam na Alemanha passam por um teste de alemão, oferecido por uma empresa parceira do governo federal, a TELC. Essa empresa organiza não só as provas, mas também os chamados cursos de integração oferecidos aos emigrantes estrangeiros, um misto de curso de lingua e introdução à cultura alemã.
Hoje essa empresa me enviou um cartaz fazendo propaganda desses cursos com um brasileiro, o jogador Cacau que no domingo passado fez um belo gol pela seleção alemã. Cacau joga no time de Stuttgart, é um dos pouquíssimos jogadores brasileiros que fala bem alemão e se naturalizou no país. Ele próprio afirma que a língua foi um dos fatores que o ajudou a se integrar na sociedade alemã e, por isso mesmo, foi escolhido pela TELC como “embaixador do multilinguismo e da integração”.
Não há dúvida que ele tem razão. Ninguém pode se sentir em casa enquanto não for capaz de se comunicar com os outros moradores. Mas eu acho que o que abriu o coração dos alemães para o Cacau entrar, além do sorriso simpático e o jeito simples que ele tem, foram os gols. Ele literalmente vestiu a camisa do Stuttgart e briga para ganhar com o time. E está fazendo o mesmo na seleção alemã. Aí, ninguém mais quer saber se ele nasceu no lado de cá ou de lá do Atlântico. Para os alemães, ele nasceu no campo do Stuttgart. E ainda por cima tem um nome fácil de pronunciar! (Agora mesmo, com o o primeiro jogo do Brasil em vias de começar, a repórter alemã corrigiu Oliver Khan, que havia pronunciado Grafite corretamente, para dizer que o certo é “Grafitê”; Robinho também virou “Rôbinhô”.)
Mas a seleção alemã está cheia de nomes nada germânicos, o que é mais que uma simples curiosidade e vai ficar para o próximo post porque agora, se me dão licença, vou ali pegar minha bandeirinha verde-amarela e torcer pelo meu time.
Oi, Bete – eu bem que estava sentindo seu silêncio. Interessante o que você conta do Cacau e o que observa quanto a estrangeiros estarem na seleção alemã. Galvão e cia. estavam afirmando que eram todos jovens alemães. A exceção era o Cacau. Hm… Acredito mais em você. Conta mais.
Abração
Oi, Marion! O Cacau só é exceção em território brasileiro, onde a nacionalidade alemã dele não conta. 😉 Mas o time alemão está cheio de emigrantes, ou descendentes de emigrantes. É bem um retrato da atual Alemanha, o que eu acho muito bom. Pode deixar que ainda conto mais antes do próximo jogo!