Meu pai já dizia: é conversando que a gente se entende. Deve ser por isso, e talvez por causa do Chacrinha, que todo domingo aparecia na televisão lá de casa para dizer que “quem não se comunica, se trumbica”, que eu resolvi estudar Comunicação Social. Até mesmo minha entrada no mundo da tradução foi por aí, ajudando pessoas a se comunicar. Curiosamente, embora eu adore estar com amigos e levar um bom papo, durante todos esses anos eu não consegui me livrar de uma coisa que faz parte da minha minha natureza: a introversão. Ser introvertida tem suas vantagens e eu juro que minha autoestima vai muito bem, obrigada, não pretendo me transformar em outra pessoa a essa altura do campeonato. Mas há momentos em que isso pode atrapalhar. Dependendo do dia, pegar no telefone para falar com um cliente que ainda não me conhece pode ser um esforço fora do comum.
Uma das conversas com o André e o Marcos Zattar outro dia girou em torno disso. O André, por exemplo, é adepto do telefone e provavelmente um dos melhores clientes do Skype. Já cansei de receber telefonemas em resposta a perguntas que mandei por e-mail. Já eu e o Marcos pensamos mais com os dedinhos, escrevemos às vezes verdadeiros tratados e pegamos no telefone quando nos parece mais efetivo. Mas uma coisa é a comunicação entre colegas, outra a procura de novos clientes, ou mesmo a troca de informações com eles. Qual a melhor maneira de manter contato com os clientes? E-mail? Telefone? Visitar a empresa? Estar presente em feiras? E, o que é mais importante, quando você escolheu o canal, o que você diz para ele?
Por coincidência, ou talvez apenas porque esse é um assunto com o qual todos nós nos debatemos, a Patricia Lane publicou ontem no seu excelente blog Intercultural Zone um artigo a esse respeito: Want to develope your business? Ask smarter questions! Recomendo a leitura a todos, mesmo aos que acreditam que já sabem tudo a respeito, ou aos que ainda acreditam que o tradutor pode viver escondidinho no seu casulo, protegido do cliente pelo monitor e o teclado. Pode não parecer, mas o mundo virtual não substitui o contato direto e muitas vezes funciona até mais como uma porta para fechar depois contratos com um aperto de mão de verdade. Se você usa a internet de alguma forma — e não imagino tradutor profissional que viva sem isso hoje em dia — alguém vai descobrir que você existe. Uma hora vão bater na sua porta e você terá que limpar o pigarro e fazer uso das cordas vocais. Antes que isso aconteça, leia o artigo da Patricia Lane.