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Rápidos no gatilho! Mas quem acerta o alvo?

O André deu a partida e eu resolvi me animar também e voltar ao blog. Há montes de rascunhos aqui, esperando ser editados, portanto, mãos à obra!

Dizem que há momentos em que tudo no universo conspira para levar você por um determinado caminho. Parece que o meu caminho dessa semana é o tema “urgência e produtividade”. Bateu o sininho aí também?

Foram três consultas urgentes em menos de uma semana. Completando o quadro, há poucos dias li no blog do Danilo Nogueira um artigo interessante sobre a suposta lentidão dos tradutores (acompanhem lá que vem mais por aí) e segui numa das listas de tradutores uma pequena discussão sobre taxa de urgência e volume de trabalho. É ou não é o universo conspirando? Então vamos lá!

Devemos cobrar taxa de urgência? O que é urgente? O que é ser rápido? O que é muito, ou pouco volume de trabalho? Bem, é apenas minha opinião pessoal e imagino que cada um de vocês tenha a sua própria, mas acredito que só há uma resposta para todas essas perguntas: depende!

Por exemplo, o colega que fez a pergunta na tal lista tinha recebido uma proposta de 600 e tantas palavras para o dia seguinte e queria saber como cobrar taxa de urgência. Recebeu todo tipo de resposta, muitas dizendo que não se cobra urgência por 600 palavras, pois a produtividade média de um tradutor profissional estaria entre 1500 e 3000 palavras por dia. Mas eu me pergunto: que tipo de 600 palavras eram essas? Um tema fácil, que o tradutor domina, vindo de um cliente antigo e bem redigidas? Ou um daqueles textos escritos em inglês incompreensível por alguém que se diz “craque” na língua? Ou ainda um texto mirabolante, escrito num rompante criativo por algum redator técnico cansado de descrever sempre a mesma máquina? Um bom texto de propaganda, por exemplo, pode ter 20 a 30 palavras e exigir um dia inteiro de reflexão para encontrar um correspondente à altura na outra língua. Lembro de uma tradutora de literatura que me contou uma vez que às vezes ficava dias com uma determinada frase na cabeça, até encontrar a solução ideal quando menos esperava – descascando batatas, por exemplo.  Em casos assim, 600 palavras podem ser muito. E entregá-las no dia seguinte, para mim, é urgência. E cumprir esse prazo é ser rápido, muito rápido! Principalmente se você conseguir entregar um resultado decente, acertando na mosca.

Devemos cobrar por isso? Bem, o meu depende tem uma regra: qualquer assalariado, em empresa que se preze, recebe por hora extra e trabalho noturno, ou no fim de semana – se não for em dinheiro, pelo menos com algum tipo de compensação, como dias livres. Eu sigo a mesma regra. Se o serviço puder ser feito no horário normal de funcionamento do meu escritório (até as 19 horas, vejam só como eu sou generosa), não cobro. Mas se tiver que trabalhar à noite, ou no fim de semana, cobro.  Posso estar errada, mas é a minha maneira de lidar com meus clientes e tem funcionado para mim.

Das três consultas urgentes nos últimos dias, uma era para o fim de semana. Poderia ter aceitado e cobrado urgência, o próprio cliente fez essa proposta (cliente bom, não é?). Mas o programa nesse fim de semana é rever minha irmã, que não vejo há meses. Nesse caso, sinto muito, não há dinheiro que pague. Resolvi o problema do cliente dando o contato de um colega que já disse estar disponível. Essa também é uma solução, até muito boa. Como eu disse. Tudo depende.

A propósito, esse texto tem 600 e poucas palavras. Levei cerca de uma hora para escrevê-lo, com algumas interrupções. Isso é rápido?

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Arquivado em Produtividade